domingo, 8 de agosto de 2010

A falta de projeto político no processo eleitoral (A falsa polarização construída)


Há muito, estamos passando pelo falso consenso construído em busca da utilização de direitos políticos de cada cidadão. Se observarmos bem a situação construída há vários anos em todo o mundo, o que veremos é a hegemonia de uma forma de pensamento em vários níveis de todas as sociedades.
Acabamos seguindo o modelo estadunidense de dês-democratização fantasiada de abertura para todos, com dois Partidos da ordem que manipulam a população e atende aos interesses de seus padrinhos lobbystas. O que, com certeza, nos deixa com essa preocupante certeza. A de que organizações privadas comandam as forças políticas, que por sua vez, manipulam essa prática midiática que acontece no Brasil e no mundo, para a construção permanente do voto útil.
Há mais de dois anos percebemos a ação dos grandes órgãos de imprensa brasileira trabalhando a construção da polarização de varias candidaturas, seja nos Estados como nacionalmente, como exemplo maior dessa construção, vemos as candidaturas de Serra e Dilma, ignorando de forma “democrática” as outras candidaturas sérias, que demonstram alternativas de projetos políticos sociais, que seguem sendo ignoradas por seguirem outra lógica de pensamento e não a visão neoliberal que se tornou tão comum nestes últimos 20 anos.
É no mínimo uma situação absurda, se concebemos uma estrutura séria e democrática de eleições com essa prática nefasta. Pois o poder econômico é ainda hoje o elemento determinante nas eleições, os candidatos são votados antes pelos empresários que os apoiam e serão os seus financiadores, e os eleitores serão seduzidos por propostas demagógicas e estridentes, provocando a ilusão de que as alternativas não são necessárias, pois não iriam “perde” o voto, que na verdade é pré-pago pelas empresas que financiam e constroem o que seus papagaios midiáticos irão repetir.
A nossa frágil democracia acredita na mordaça. Pois as forças antagônicas ao Capital, sempre são as que sofrem com a falta de espaço para propagandear os seus projetos políticos, e como sabemos que esse processo eleitoral é totalmente manipulado pela criação dessa figura do voto útil, o segundo turno é só uma configuração criada para confirma aos empresários se o investimento foi realizado com sucesso, sem debates de projetos políticos, e sim, com o espetáculo midiático promovido pelo melhor marqueteiro. Não com idéias que mudaria o quadro de desigualdade social, mais com sorrisos forçados que ficam bem em fotos e banners. Infelizmente é essa democracia desdentada que temos, seremos sempre reféns do poder econômico e político das grandes empresas.
Antonio Alves – Educador Social

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