quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O mundo não é um Golem


Por Uri Avnery, do Gush Shalom [Bloco da Paz] (22/01/11), Israel
Tradução: Coletivo Vila Vudu

    Israel, como todos sabemos, é a terra do impossível sem limites. Em Israel, por exemplo, diplomatas fazem greve.

    Greve de diplomatas? Impossível! Carteiros fazem greve. Estivadores. Mas diplomatas? O que poderia ser mais conservador, mais ‘establishment’, que os diplomatas? Em Israel, servem o governo, seja qual for. Diplomata é gente que encontra explicações para o que fazem os governos, façam o que fizerem.

Governo do Egito proíbe protestos e ameaça prender manifestantes



Por BBC Brasil

    O governo do Egito afirmou nesta quarta-feira que protestos estão proibidos no país. O anúncio foi feito um dia depois de milhares de pessoas terem atendido ao chamado por "um dia de revolta" e saído às ruas de várias cidades do país para protestar contra o governo do presidente Hosni Mubarak.

O legal e o imoral


Por Eliakim Araujo

    O mundo do jornalismo televisivo dos Estados Unidos foi sacudido na última sexta-feira com a notícia da demissão de Keith Olbermann (foto), um combativo e polêmico âncora de esquerda, que ocupava o horário nobílíssimo, de 8 às 9 da noite (prime time), na rede de TV a cabo MSNBC. Quando faltavam poucos minutos para terminar seu programa, Olbermann se despediu e disse que ele e a emissora não tinham chegado a um acordo para a renovação de seu contrato.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Refundar as polícias


    As polícias Militar e Civil não cooperam entre si: elas são geridas separadamente e seus cursos de formação pregam valores divergentes. Em comum têm apenas a cultura corporativa, às vezes desfavorável aos direitos humanos. O que pode ser feito para mudar esse cenário? Pouco, a não ser que alteremos a Constituição

por Luiz Eduardo Soares

A distinção direita/esquerda no Brasil de Lula



Por Bernardo Caprara em 18/1/2011

    A política é capaz de definir o futuro dos seres humanos. Da República de Platão, passando por Rousseau e a vontade geral, até chegar ao período em que o ex-metalúrgico Lula da Silva ocupou o cargo de direção deste país, uma considerável variabilidade de conflitos se delineou na figura de disputas entre grupos sociais de interesses distintos travadas nas instituições políticas da modernidade. O poder esteve nas mãos destes ou daqueles, orientados por este ou aquele conjunto programático e filosófico de concepções teóricas e práticas acerca do Estado e da sociedade.

É hora de fazer alguma coisa (Reflexões de Fidel)


Vou contar um pouco de história

    Quando os espanhóis "nos descobriram", há cinco séculos, o número estimado da população da Ilha não ultrapassava os 200 mil habitantes, os quais viviam em equilíbrio com a natureza. Suas fontes principais de alimentos procediam dos rios, lagos e mares ricos em proteínas; adicionalmente praticavam uma agricultura rudimentar que lhes fornecia calorias, vitaminas, sais minerais e fibras.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

África Rebelde


Por Karima Bennoune*, no The Nation
Tradução: Antonio Martins

     Depois de mais de 23 anos no poder, o presidente da Tunísia, Zine el-Abidine Ben Ali, também chamado Zinochet, foi derrubado sexta-feira (14/1), após intensos protestos populares.

A Monsanto perde sua patente



    Em prol da agricultura familiar, o Tribunal de Justiça Europeu deu ganho de causa à Argentina ao desautorizar a transnacional estadunidense Monsanto a cobrar direitos de patente sobre derivados da soja tratada com produtos da companhia

por Carlos M. Correa

O papelão de assessores de imprensa na ditadura


Urariano Motta - Recife
    Recife (PE) - Do livro “No Planalto, com a imprensa”, cujos dois volumes reúnem entrevistas de secretários de imprensa e porta-vozes de JK até Lula, prefiro ressaltar frases de assessores que serviram à ditadura brasileira. Nas passagens que o eufemismo recomendaria chamar de momentos menos honrosos, são indicadas ações vis como se fossem coisas bobas, ossos do ofício de experientes assessores, entre um riso e outro.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Desastre revela urgência da reforma urbana

Marcelo Semer *

Adital -

Quarta, 19 de janeiro de 2011, 08h22

    Membros das Forças Armadas e do Corpo de Bombeiros fazem buscas por desaparecidos em Nova Friburgo nesta terça-feira (18)

    Depois da tragédia, o Rio tem sido inundado de solidariedade, mas também de desculpas esfarrapadas e atribuição de culpas para todos os lados. A chuva, o povo, e, principalmente, os outros, são sempre estes que deixaram tudo isso acontecer.

O que a mídia tem a ver com isso?

Por Venício A. de Lima em 18/1/2011

    Já foram muitas as análises e os comentários publicados neste Observatório e em outros veículos sobre os eventos ocorridos em Tucson, Arizona, no sábado, dia 8 de janeiro.

    Apesar do enorme desastre da região serrana do Rio de Janeiro – que nos afeta a todos, muito mais de perto – é imperativo que se faça pelo menos um registro em relação aos trágicos eventos nos Estados Unidos por envolverem diretamente o objeto principal de nossa observação semanal: a mídia.

Quando Deleuze encontra Marx


Por Bruno Cava, editor do Quadrado dos Loucos

→Resenha de LAZZARATO, Maurizio, As Revoluções do Capitalismo, trad. de Leonora Corsini, ed. Record, 2006, 274 pág.

    As Revoluções do Capitalismo abre e fecha com citações do filósofo pós-estruturalista Gilles Deleuze. A presença de seus conceitos perpassa o livro, como terreno firme para as teses do sociólogo italiano Maurizio Lazzarato. Radicado na academia francesa, o autor esteve engajado nas lutas dos trabalhadores culturais na França, como uma das principais vozes do movimento. Também chamados “intermitentes do espetáculo”, mobilizaram-se a partir de 2002 para afirmar novos direitos, diante da política neoliberal que os excluía. Intelectual multimídia à moda de Deleuze, as intervenções de Lazzarato abrangem cinema e vídeo; e co-fundou a Revista Multitudes.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Glosas Críticas Marginais ao artigo "O Rei da Prússia e a reforma social" de um prussiano


   Tradução Ivo Tonet*

 O jornal Vorwärts, nº 60, contém um artigo intitulado: O rei da Prússia e a reforma social, assinado: "Um prussiano".

    O assim chamado prussiano começa referindo-se ao conteúdo da ordem do gabinete do rei da Prússia sobre a insurreição dos trabalhadores silesianos e à opinião do jornal francês La Refórme sobre a ordem do gabinete prussiano.

A vez do aborto



Acabava de ser sancionada a lei sobre o matrimônio civil homossexual na Argentina quando, no Ministério da Saúde, começou-se a debater a legalização do aborto e suas contradições. Até o final do ano, dois projetos sobre interrupção voluntária da gravidez serão analisados no Congresso

por Marta Vassallo

FUTURO DOS JORNAIS - O valor da notícia



Por Jürgen Habermas em 28/12/2010

    Reproduzido da Folha de S.Paulo, 27/5/2007; publicado originalmente no jornal alemão Süddeutsche Zeitung, tradução de Samuel Titan Jr.

    Semanas atrás [N. da R: Base maio de 2007], a página de economia do jornal alemão Die Zeit assustou seus leitores com a manchete "O quarto poder corre perigo?". Tratava-se da notícia alarmante de que o Süddeutsche Zeitung rumava para um futuro econômico de incertezas.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Viva aos 52 anos da Revolução Cubana


¿Qué pasa en Cuba?
Elaine Tavares *
    Cuba é mesmo uma gigantesca pedra no sapato do sistema capitalista. Tanto que qualquer coisa que por lá acontece, vira logo manchete da CNN, braço propagandístico do governo estadunidense. Agora, a bola da vez são as demissões que foram anunciadas por Raul Castro. Histericamente, as jornalistas bem apessoadas da Venus de Atlanta, falam em derrocada do sistema cubano. É o fim do socialismo, guincham, aliviadas. É, porque o tal do regime cubano é uma excrescência que sobrevive há mais de 50 anos a todos os ataques do sistema capitalista e do governo mais armado do mundo. Não é sem razão que os suspiros aliviados sejam uma constante na mídia mundial, que reproduz acriticamente as histerias "ceeneanas". Mas, para quem consegue enxergar além da ideologia, a questão cubana pode ser explicada de forma menos simplista.