domingo, 31 de outubro de 2010

LENIN E O JORNAL DO PARTIDO




Álvaro Bianchi




Professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas e secretário de redação da Revista Outubro.



    Desde que Lenin escreveu o Que Fazer?, em 1902, tornou-se um lugar comum afirmar que o jornal de uma organização revolucionária deve ser um “organizador coletivo”. Mas, na verdade, o jornal é muito mais do que um orga-nizador... E Lenin sabia disso. Um exame da citação de Por onde começar?, o texto que antecede Que fazer? no debate, deixa isso evidente. Para Lenin “O jornal não é apenas um propagandista coletivo e um agitador coletivo. Ele é, também, um organizador coletivo. Neste último sentido pode ser comparado com os andaimes que são levantados ao redor de um edifício em construção, que assinala seus contornos, facilitam as relações entre os diferentes pedrei-ros, ajudam-lhes a distribuírem as tarefas e a observar os resultados gerais alcançados pelo trabalho organizado”[1]. Ou seja, ele não é só um agitador, não é só um propagandista, não é só um organizador. Ele é tudo isso.

sábado, 30 de outubro de 2010

É possível moralizar o capitalismo?


        Como podemos esperar que o capitalismo seja ético, se é exatamente a frieza e a desumanização das relações sociais que pautam a ação dos indivíduos numa sociedade divi-dida em classes. Neste ótimo texto de Yvon Quiniou, vamos entender o que este filoso-fo quis dizer na edição de Nº36 do Le Monde Diplomatique Brasil, 2010.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Verbos A Flor da Pele



Latifundiário escravagista ou os dois ao mesmo tempo

De norte a sul como pragas

Alastrando a fome que acampa em quilombos ambulantes

Na beira da pista é morte na pista na lista de morte

Dos modernos capitães do mato

Dos modernos capitães do mato

Na Palestina verde enxadas lutam contra armas

Na Palestina verde enxadas lutam contra armas

Organizando a necessidade de cantar

Uma mística maior


É preciso plantar

No chão do céu da boca

Verbos à flor da pele.


(sample do discurso de João Pedro Stedile, direção Nacional do MST)


"O golpe militar engendrou uma tríplice aliança entre a velha oligarquia (que mantinha seus interesses na terra) com os militares e com o Capital estrangeiro. E na verdade, os idiotas burgueses industriais, não se tinham dado conta de que também tinha sido derrotados com o golpe militar.Portanto, os índices de concentração da terra aumentaram durante a ditadura militar, ao invés de terem diminuído...
As elites se articularam na sociedade e no congresso e barraram a possibilidade de uma reforma agrária ampla... O Problema das elites, é quando os pobres começam a pensar com cabeças própria e começa a tomar suas próprias decisões, ai eles ficam “perigosos".
A maior conquista do MST ao sem terra é que ele recupera a dignidade, ele recupera a cidadania... um sem terra quando entra no MST ele começa a andar com a cabeça erguida, e começa a pensar!"Um dos objetivos fundamentais do MST é combater a pobreza e a desigualdade social"... "Nos não nos conformamos de viver num pais com tanta riqueza e ainda existir tantos pobres e tanta desigualdade social". "Então nós fizemos uma leitura, porque a melhor maneira de nós alcançarmos esse objetivo seria lutar pela democratização da terra, porquê é o Latifúndio (expressão da concentração de monopólio da propriedade da terra, que gera desigualdade social"). "Quem disse que o Latifúndio tem que ser eliminado não sou eu nem é o MST, é a própria constituição brasileira, quando ela determina que todas as propriedades improdutivas devem ser eliminado da nossa sociedade... elas são desapropriada e desaparece". "Defendemos Junto com a “via campesina” e o “Forum nacional da Reforma Agrária” uma plataforma que chamamos "carta da terra". E que procura justamente apresentar uma proposta pra sociedade brasileira que faça com que se implante no pais um novo tipo de reforma agrária que venha casado com o novo modelo agrícola" "Faz parte da historia da humanidade, as mudanças só acontecem, quando o povo se organiza, quando o povo se mobiliza, nós dos movimentos sociais, não só o MST, temos claro que o nosso papel é mobiliza o povo".
“Porque dentro do ponto de vista dos interesses do desenvolvimento capitalista, esse modelo agrícola não resolve, porque ele enriquece uma minoria (muito pequena) e a maioria da população continua empobrecendo...Isso só vai aumentar a tensão social.”


Letra: Marcelo Yuka Leia mais sobre a banda no site www.furto.com.br

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Um velho fantasma assusta a América Latina

Na última quinta-feira, 30 de Setembro, na cidade de Quito, Capital do Equador, aconteceu o que poderíamos chamar de ensaio de golpe de Estado. Um grupo de policiais que estavam insatisfeitos com alguns cortes que o atual governo irá realizar no plano de cargo e carreira.
O Presidente Rafael Correa se dirigiu até os manifestantes e foi agredido verbal e fisicamente com ataques de bombas de gás lacrimogêneo, o que levou o Presidente e sua esposa a serem hospitalizados. O que aumentou o tensionamento foi o fato do hospital ficar cercado e a população ter se mobilizando com medo de um golpe de Estado a ser realizado com o assassinato de Rafael Correia.
O aeroporto da Capital, Quito, foi fechado e o Exército foi fazer a proteção do Presidente, que em entrevista a rádio pública do Equador disse que: “Estão me dizendo que o hospital está cercado, que estão revistando ambulâncias que saem e chegam, e que ninguém poderia sair nem entrar. Se isso for verdade, seria o sequestro do presidente da república, o que seria algo extremamente grave. Seria traição à pátria”(sic).
Rafael Correa decretou Estado de Exceção no Equador até a próxima semana, segundo suspeitas do Presidente, estariam articulando um golpe de Estado, pois não conseguem derrotá-lo eleitoralmente.
Estamos aguardando de forma solidária a resolução dessa crise, e que a democracia continue em nossa America Latina, pois o fantasma das ditaduras não pode retornar para impedir o povo de avançar nas suas lutas por mudanças e justiça social.