terça-feira, 30 de novembro de 2010

Todos os dias o povo come veneno. Quem são os responsáveis?



João Pedro Stedile *

Adital 

    O Brasil se transformou desde 2007, no maior consumidor mundial de venenos agrícolas. E na ultima safra as empresas produtoras venderam nada menos do que um bilhão de litros de venenos agrícolas. Isso representa uma media anual de 6 litros por pessoa ou 150 litros por hectare cultivado. Uma vergonha. Um indicador incomparável com a situ-ação de nenhum outro país ou agricultura.

A mistificação da democracia: a ideologia nos meios de comunicação

Por Antonio Alves

RESUMO

     A comunicação social tem um papel fundamental na nossa sociedade. A sua ação, como conjunto de proposta de neutralidade nos diversos meios de comunicação começou a se servir de uma proposta democrática que não condiz com a realidade, sendo um ambiente de disputa ideológica com características de mercado, onde, mesmo com o desenvolvimento de vários veículos de comunicação, essa democracia ainda não existe de maneira objetiva, pois fundamentalmente atende a interesses financeiros de grandes corporações, seja do setor da informação ou não.

Palavras-chaves:Comunicação. Democracia. Poder.

A crise e as desigualdades de gênero

  
     O colapso atual do sistema financeiro expressa a falência desse modelo. Enquanto as respostas de mercado são mais concentração de riqueza, exploração do trabalho e reacomodação das desigualdades, do ponto de vista das mulheres, essa crise só pode ser enfrentada com mudanças radicais na Divisão Sexual do Trabalho

por Nalu Faria

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O que eu vejo - Dia após dia lutando (situação do Rio de Janeiro)



 As palavras proféticas da banda Ponto de Equilíbrio demonstram bem o clima em que as comunidades no complexo do Alemão estão vivenciando na cidade do Rio de Janeiro. Esperamos que a ação violenta das partes em confronto termine logo, pois as comunidades estão cansadas dessa guerra, onde quem sofre é o nosso povo.

Rio: as várias faces do crime


Direto da Redação

Por Rodolpho Motta Lima

     E eis-nos às voltas com a violência no nosso querido Rio de Janeiro. Amplificados ou não por uma mídia que nem sempre faz questão de distinguir a realidade do sensacionalismo e que, por isso mesmo, às vezes acaba contribuindo para estender o alcance das intenções terroristas dos criminosos, esses acontecimentos estão a merecer um posicionamento mais efetivo das autoridades e da sociedade em geral, em diversas frentes.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

44 milhões nos EUA vivem na pobreza



Por Patrick Martin

21 Setembro 2010

    A quantidade de habitantes nos Estados Unidos que vivem na pobreza aumentou 43,6 milhões em 2009, segundo um informe emitido pela Oficina do Censo na quinta-feira passada. Esta é a maior cifra desde que a agência começou a publicar semelhantes cálculos há 50 anos. A cifra em si representa um aumento de 3.8 milhões pessoas comparado com o de 2008.

12º Festival de cinema de Pernambuco (Programação completa)



    Acontecerá de 29 de Novembro a 03 de Dezembro, na cidade do Recife, o XII Festival de cinema de Pernambuco, (esse cartaz não é o oficial) uma iniciativa da FUNDARPE, que visa dar visibilidade para a produção pernambucana no cinema, contamos com a presença de todas e todos para prestigiar o que está sendo feito em nosso Estado.

Veja a Programação completa!

Carta de repúdio à publicação do PCdoB



qua, 2010-11-24 19:00

Externar minha indignação com a imagem de Luiz Carlos e Olga Prestes , ladeando a figura de Getúlio Vargas

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Evo acusa os Estados Unidos de golpista



    O presidente Evo Morales acusou os Estados Unidos de terem tentado golpes na Bolívia, Venezuela e no Equador, mesmo que sem sucesso, e de ter conseguido seu objetivo em Honduras. A denúncia do presidente boliviano se deu no marco da Conferência de Ministros de Defesa das Américas, que contou com a participação do secretário norte-americano Robert Gates.
A reportagem está publicada no jornal Página/12, 23-11-2010. A tradução é do Cepat.

Brasil com P (GOG)

10 Estratégias de Manipulação

 

Por Noam Chomsky


A estratégia da distração

    O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes.

Cuba debate seu futuro



Por Patrícia Grogg, da Agência IPS


    Cuba propõe-se a desenvolver sua economia apoiando-se na integração com países amigos, aceitando capital estrangeiro como complemento à inversão nacional, com uso eficiente do capital humano e o aumento da produção de alto valor agregado, entre outras premissas.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Comunicação e democracia

  


    O grande desafio é abordar narrativas diferentes, inteligentes e comprometidas com a transformação social. É preciso apostar em um novo aprendizado e em talentos que florescem mais por insistência e garra do que por meio de oportunidades

por Danilo Miranda
Le monde Diplomatique Brasil

Tendências Globais de Emprego para a Juventude - 2010


Por OIT

    GENEBRA (Notícias da OIT) - A taxa de desemprego juvenil atingiu seu maior nível já registrado e deverá aumentar até o final de 2010, disse a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em um novo relatório divulgado para coincidir com o lançamento do Ano Internacional da Juventude da ONU, em 12 de agosto.

Vaticano libera a camisinha


Por Rui Martins
Direto da Redação

• Enfim, o Vaticano tira do index o preservativo. Mas não para os fiéis.

Ainda no ano passado, o cardeal Ratzinger, transformado no mais reacionário dos Papas modernos, tinha afirmado, numa viagem aos Camarões e Angola, que « o preservativo agravava o problema da Aids ». E insistido para seus fiéis africanos praticarem a abstenção, enquanto seus concorrentes muçulmanos permitem aos fiéis terem até cinco esposas.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ser negro no Brasil hoje


Ética enviesada da sociedade branca desvia enfrentamento do problema negro


Milton Santos

Preconceito e intolerância na TV Brasileira

Eu,negro

por Nei Lopes




Nós somos aqueles para quem, fora do entretenimento, não há salvação! E, mesmo nos palcos e nas arenas esportivas, cada vez somos menos do que já que fomos. Mesmo assim, com a força dos Ancestrais e dos Orixás, falamos, cantamos e escrevemos, denunciando o racismo deste país tão simpático quanto mentiroso.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Observa e Toca neste sábado 20/11


Por Antonio Alves

    Neste sábado, 20/11, dia da Consciência Negra, na Torre Malakoff, a partir das 16:00, acontece mais uma etapa do Observa e Toca 2010, evento que visa dar espaço para bandas da cena Pernambucana.

Zumbi Somos Nós

Assista a esse video denúncia, trecho do documentário Zumbi Somos Nós, (4/7) produzido no ano de 2007, pela Frente 3 de Fevereiro. Um amnifesto visual/sonoro sobre a questão racial no Brasil.

A criminalização dos quilombolas (Entrevista com Onir de Araújo)


IHU - Unisinos *


Fonte: Adital 

"No ano passado, no Brasil, aconteceram 55 mil assassinatos", revela o advogado Onir de Araújo. Por hora, calcula ele, são 37 jovens assassinados, a maioria na faixa entre 14 a 25 anos e NEGROS . Isso evidencia não só que o preconceito existe, e num nível alarmante, mas também que os NEGROS vivem uma situação de pressão e intranquilidade bastante pesada. Em entrevista à IHU On-Line, realizada por telefone, Onir fala da situação degradante imposta pela Polícia Militar aos quilombolas moradores do Quilombo da Família Silva, localizada num bairro considerado zona nobre de Porto Alegre. "Isso culminou no dia de 25 de agosto, quando estava o presidente da associação e o neto dele ambos embaixo da placa do Incra, praticamente na entrada do território. O neto estava de velocípede, e os brigadianos já chegaram com armas em punho, rendendo e abordando", denuncia.

Onir de Araújo é advogado e representa o Quilombo Família Silva. É também representante do Movimento Negro Unificado.

Confira a entrevista.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sou Negrão (Rappin Hood)

As gentes do Brasil


    O dia de Zumbi dos Palmares deveria ser uma data para comemorar a auto-estima. Para celebrar a conquista da cidadania de cada brasileiro excluído, como os negros, os índios e os pobres. Mas, já passados 122 anos da abolição, ainda se busca estabelecer as diferenças pela cor da pele



por Emanoel Araujo

Mês da Consciência Negra traz super programação para o Recife e Região Metropolitana


por Folha de Pernambuco Digital

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, será tema de diversas atividades realizadas pela Prefeitura do Recife, por meio do Núcleo da Cultura Afro Brasileira da Secretaria de Cultura. Durante o todo mês de novembro será possível participar de debates, oficinas, passeios e assistir apresentações de dança e documentários. A data instituída pelo movimento negro do Brasil e já incorporada ao calendário oficial de algumas cidades, como é o caso do Recife, faz referência ao aniversário da morte do líder negro Zumbi dos Palmares.

Confira a programação completa:

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sem Terra são despejados violentamente em Pernambuco





MST

     As famílias de trabalhadores rurais Sem Terra acampadas nas fazendas Consulta e Jabuticaba, localizadas no município de São Joaquim do Monte, agreste Pernambucano, estão sofrendo mais um despejo violento.

O capital-imperialismo: algumas características



por Virgínia Fontes

Resumo: O conceito de capital-imperialismo: concentração da propriedade, expropriações, redes de dominação, encapsulamento do trabalho e garantia de circulação do capital. A barbárie humana: expropriações da vida no planeta. 

Esplendor e miséria do jornalismo na era digital








    Em vez de singularizar seus conteúdos para conseguir se diferenciar, os jornais apostam na onipresença e na rapidez. É preciso estar em todo lugar, a qualquer momento, em todas as plataformas e modos de expressão – blog, vídeo, foto, mecanismos de busca –, além de comunidades como Facebook ou Twitter.

por Marie Bénilde

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Comunicação e Ideologia (Eduardo Galeano)



Por Antonio Alves
Traducão do texto de Eduardo Gaelano

    Os muros da comunicação são construídos para encobrir a realidade, e criando um fenômeno nada novo, porém, constante nas vidas das pessoas. O jornalismo, que antes apurava os fatos e noticiava a realidade. Hoje ao contrário, os jornais criam as noticias e os tornam fatos.

    Neste vídeo, Eduardo Galeano, escritor e jornalista uruguaio, questiona fatos simples que demonstram o lado perverso dos meios de comunicação.
    O Muro de Berlim era a notícia mais vinculada todos os dias. De manhã, à noite... lemos, via-mos, ouvia-mos, o Muro da Vergonha, o Muro da Infâmia, a Cortina de Ferro ...

    Por fim, esse muro, que merecia cair, caiu. Mas outros muros brotaram, continuam a surgir no mundo, e embora sejam muito maiores do que o de Berlim, o que dizem? pouco ou melhor nada.

    Pouco se fala do muro que os Estados Unidos construiram ao longo da fronteira mexicana, e pouco é dito sobre as cercas de Ceuta e Melilla.

    Quase nada foi dito sobre o Muro da Cisjordânia, que perpetua a ocupação israelense dos territórios palestinos e em breve será aqui 15 vezes maior do que o Muro de Berlim.

    E nada, absolutamente nada, eles falam de Wall marroquina, que há 20 anos perpetua a ocupação marroquina do Sahara Ocidental. Este muro, minado de ponta a ponta e de ponta a ponta vigiado por milhares de soldados, é 60 vezes mais do que o Muro de Berlim.

    Por que há muros tão sublime e paredes tão burras? É porque há paredes do confinamento solitário, que os grandes meios de comunicação constroem a cada dia?

    Em julho de 2004, o Tribunal Internacional de Justiça de Haia determinou que o Muro da Cisjordânia violava o direito internacional e mandou que fosse demolido. Até agora, Israel não cumpriu.

    Em outubro de 1975, o mesmo tribunal havia decidido: "Não há prova da existência de qualquer relação de soberania entre o Saara Ocidental e Marrocos." Estamos aquém se dissermos que Marrocos foi surdo. Foi pior: no dia seguinte que a decisão desencadeou a invasão, a chamada Marcha Verde, e logo depois tomou o sangue e fogo dessas vastas terras dos outros e expulsou a maioria da população. E há Mil e uma resoluções das Nações Unidas confirmado o direito à autodeterminação do povo saharaui.

    Para que serviram essas resoluções? Ele faria um plebiscito, para que as pessoas decidessem o seu destino. Para garantir a vitória, o rei de Marrocos encheu o território invadido. Mas não demora muito, nem mesmo os marroquinos foram dignos de sua confiança. O rei, que tinha dito a si mesmo, ele disse que sabe. E então ele disse que não, e agora seu filho, herdeiro do trono, também disse que não. A recusa equivale a uma confissão. Negar o direito de voto, Marrocos confessa que roubou um país. Você continuará a aceitar, como se uma coisa dessas? Você aceita que os sujeitos da democracia universal só pode exercer o direito de obediência?

    O que serviram as mil e uma resoluções das Nações Unidas contra a ocupação israelense dos territórios palestinos? E sobre as resoluções mil e um contra o bloqueio de Cuba?

O velho provérbio ensina: A hipocrisia é a homenagem que o vício paga à virtude.

O patriotismo é, hoje, um privilégio das nações dominantes.

Mantenha ouvindo ...

Em briga de marido e mulher, se mete a colher


    A violência de gênero atinge mulheres brasileiras de Norte a Sul do país, de todas as classes sociais, etnias, credos, raças e opção sexual. Seja por culpa do sistema patriarcal, seja pela falta de debate sobre o tema, o fato é que uma mulher é espancada a cada 15 segundos e dez são assassinadas diariamente no Brasil


por Maíra Kubík Mano, Mariana Fonseca

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Chico Science encontra Josué de Castro


por Moisés Neto



    Citado nas letras de Chico Science e em depoimentos que o poeta registrou na mídia, o cientista e professor Josué de Castro, recifense morto em 1973, é o autor do romance Homens e Caranguejos (1966), o qual foi lido por Chico com avidez enquanto formulava o conceito mangue. Este romance descreve o cotidiano de uma comunidade erguida num manguezal do bairro de Afogados, Recife na primeira metade do século 20. São pescadores de caranguejos, pessoas que tiram do mangue seu sustento. Suas casas, construídas com o massapé, madeira e palha do local; sua principal alimentação, os caranguejos: até as crianças eram criadas tomando mingau feito com o caldo (o "leite da lama") destes bichos que "fervilhavam" nas margens do Capibaribe.

"É preciso enfrentar o latifúndio, a monocultura e agronegócio”, afirma Jaime Amorim - MST/PE


5 de novembro de 2010

Por Vanessa Ramos
Da Página do MST

    Dilma Rousseff promete não criminalizar movimentos sociais, mas o que de fato deve-se esperar da presidenta eleita? Será que a Reforma Agrária terá condições de avan-çar durante o novo governo? Essas e outras questões políticas têm deixado muita gente preocupada. No entanto, ao afirmar a necessidade de se fazer uma "revolução no campo", Dilma responde aos anseios dos trabalhadores rurais brasileiros. Em outras palavras, essa eleição deu um novo ânimo para as lutas sociais do país.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Para Ramonet, jornalismo atravessa grave crise de identidade


Direto do Site da Revista Carta Maior


    O jornalista Ignácio Ramonet, ao receber o Prêmio Antonio Asensio, em Barcelona, criticou aqueles que fazem “entretenimento domesticado” ao invés de fazer jornalismo. “A imprensa escrita”, assinalou, “vive um dos momentos mais difíceis, e o jornalismo atravessa uma grave crise de identidade. O importante se dilui no trivial e o sensacionalismo substitui a explicação. A informação é algo muito sério, pois de sua qualidade depende a qualidade da democracia. Para ele, ainda há muitas injustiças no mundo que justificam uma concepção do jornalismo a favor de mais liberdade, justiça e democracia”.
El Periódico (Espanha)

    No dia 27 de agosto, Ignácio Ramonet desafiou, desde a tribuna do Pequeno Palácio da Música, em Barcelona, a todos aqueles que defendem que o jornalismo – e o jornalista – já não são necessários, e que afirmam que a informação circula mais livre, mais abundante e mais transparente do que nunca. Frente a estes, sentenciou que não: que “a massa de informação oculta supera o imaginável em muitos temas“, que “na democracia a batalha pela liberdade de expressão nunca está definitivamente terminada”, e que os jornalistas devem existir porque uma de suas tarefas é “ampliar os limites dessa liberdade”.


    A entrega do oitavo prêmio Antonio Asensio de Jornalismo, homenagem concedida pelo grupo Zeta em memória de seu fundador, foi – e provavelmente muitos antecipavam que, sendo Ramonet o premiado, seria assim – reivindicativa: uma tranqüila, mas robusta, reivindicação do jornalismo.


    Ramonet é diretor da edição espanhola do Le Monde Diplomatique e figura proeminente da esquerda. Em seu discurso, o presidente do grupo Zeta, José Montilla, lembrou que o prêmio foi outorgado a ele “enquanto jornalista e ativista, por seu trabalho no Le Monde Diplomatique, mas também por suas iniciativas sociais”. Ramonet citou a divulgação de documentos do Pentágono feito pelo Wikileaks como exemplo do jornalismo com rótulo: o rótulo do necessário. “Ultimamente alguns grandes conglomerados de comunicação de dimensão continental e mesmo planetária querem converter o jornalismo em um entretenimento domesticado, em uma tediosa simplificação da realidade. O importante se dilui no trivial e o sensacionalismo substitui a explicação. Felizmente, mesmo neste novo contexto, podem surgir forças resistentes, como o Wikileaks está demonstrando”.


    Sem dizê-lo, porém, Ramonet insinuou que Wikileaks é mais a exceção e menos a regra. “A imprensa escrita”, assinalou, “vive um dos momentos mais difíceis, e o jornalismo atravessa uma grave crise de identidade. Digo isso sem nostalgia, porque não creio que tenha existido uma idade de ouro do jornalismo. Fazer jornalismo de qualidade jamais foi fácil, sempre comportou riscos e ameaças: o poder político e o poder do dinheiro, e freqüentemente os dois, sempre trataram de coagir sua liberdade”.


    Frente a este estado de coisas, “o jornalista deve reafirmar sua vontade de saber e compreender para poder transmitir”, disse ainda Ramonet. “Quando todos os meios de deixam arrastar pela velocidade e pela instantaneidade, o jornalista deve considerar que o importante é frear, desacelerar, conceder-se tempo para a dúvida, a análise e a reflexão. A informação é algo muito sério, porque de sua qualidade depende a qualidade da democracia”. E fez um último chamamento: “Ainda existem muitas injustiças no mundo que justificam uma concepção do jornalismo a favor de mais liberdade, justiça e democracia”.


    A fala de Ramonet não foi um discurso isolado. O seu diagnóstico sobre o estado das coisas no jornalismo coincidiu, em termos gerais, com as palavras de Montilla, que disse que “as novas tecnologias não deveriam supor a desaparição da profissão jornalística” e defendeu profissionais rigorosos e com independência de critérios. Na mesma linha, o presidente da comissão executiva do grupo Zeta, Juan Llopart, falou dos “momentos incertos e confusos que vive o jornalismo” (provocados, em parte, para ele, pela “vertiginosa revolução tecnológica”) e reivindicou o rigor intelectual, o profissionalismo e o compromisso nas salas de redação. Valores que, concluiu, Ramonet representa.


Tradução: Katarina Peixoto

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Analfabeto Político




O Analfabeto Político


Bertolt Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Reflexões de Fidel ( A Revolta na ONU) 1º e 2º Parte


    A reunião de terça-feira passada, 26 de outubro, da Assembléia Geral da ONU, que se supõe seja a máxima autoridade política do planeta, foi convocada com um objetivo tantas vezes repetido que já se torna familiar: "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba".

    É o projeto mais discutido, mais aprovado e nunca cumprido na história das Nações Unidas.

    Todos sabemos que, caso tal imputação fosse feita contra Cuba ou contra qualquer outro país latino-americano ou caribenho e fazer ouvidos moucos disso, sobre o dito país choveriam críticas. O ato detestável que com tanta clareza e precisão é atribuído aos "Estados Unidos da América", cujo fim vem sendo exigido, é classificado pelo direito internacional de "ato de genocídio".