sexta-feira, 30 de julho de 2010

CHAPA VERMELHO DE LUTA MOSTRA PORQUE PCB É PRA LUTAR


Por Antônio Alves

Em uma noite histórica, no último dia 23 de julho o Partido Comunista Brasileiro (PCB), realizou no Clube de Engenharia de Pernambuco o lançamento da chapa Vermelho de Luta, durante evento ao qual compareceram todos os militantes, amigos, simpatizantes, além de várias forças políticas e sociais que prestigiaram o lançamento das candidaturas do PCB, como o PSTU, representado por Jair Pedro, candidato ao governo do Estado, o PSOL, representado por Edilson Silva, também candidato ao governo, e o PCO, com Oswalo Alves. Um dos momentos marcantes foi a homenagem aos militantes Odon Porto e Zé Maria, este com 80 anos, sessenta dos quais dedicado ao Partido. Todos aplaudiram de pé.
O Secretário Político do PCB em Pernambuco e também candidato a vice-governador, Aníbal Valença, fez a abertura da festa de lançamento, saudando a todos ressaltando a importância histórica daquele momento, em que o PCB assumia o protagonismo político e mostrava a todo o povo pernambucano e brasileiro o seu programa para toda a sociedade.
Após a abertura e a saudação dos representantes do PSOL e PSTU, os candidatos do PCB foram apresentados e empolgaram a todos os presentes, como os discursos dos candidatos à Assembléia Legislativa, Ivanildo Santos, da cidade de Ribeirão, e Armando Moury, de Jaboatão dos Guararapes, que relataram a importância das suas candidaturas para lutar pelo fortalecimento do papel e da força política da classe trabalhadora no Estado. O nosso candidato a Deputado Federal, Luciano Morais, da cidade do Paulista, destacou, entre outros pontos, a luta do PCB pela abertura dos arquivos da ditadura militar e o internacionalismo operário.
O candidato ao senado, professor Délio Mendes, da UFRPE,entusiasmou os militantes com um discurso otimista e vibrante, apontando a perspectiva de um saldo político inimaginável para a classe trabalhadora, que vem se articulando e se livrando das amarras da ilusão social e política, pelas quais a ordem burguesa vem alienando o povo brasileiro, além de explorá-lo economicamente. Danúbio Aguiar, nosso 1º suplente ao Senado, recordou as lutas históricas do Partidão, que completou este ano 88 anos de vida, e contou, emocionado, a militância ao lado de homens lendários, como Gregório Bezerra, herói do povo brasileiro. Wilson Menezes, de Sertânia, nosso 2º suplente, lembrou das lutas dos estudantes e dos professores.
Roberto Numeriano, nosso candidato ao governo estadual, criticou a manipulação da mídia e do governo do Estado, a exemplo do ineficaz "Pacto pela vida", que denunciou como um "impacto pela mídia", pois tenta esconder a ineficácia da política de segurança do Estado. Numeriano também criticou o desperdício de dinheiro público com a construção da "Cidade da Copa", cujo estádio está orçado em cerca de 500 milhões de reais, em vez da construção de casas populares para acabar com o déficit habitacional no Estado. Ele finalizou pedindo vivas ao PCB, ao socialismo e à classe trabalhadora.
O candidato do Partidão à presidência da República, nosso Secretário-geral Ivan Pinheiro, abriu seu discurso destacando a importância de o PSOL, PSTU e PCO participarem do evento, pois isso era o começo de um diálogo que "ficará mais forte daqui pra frente". Ivan criticou a falsa polarização da disputa eleitoral, ressaltando que as candidaturas de Dilma e de Serra representam o mesmo projeto social, econômico e político. Ele observou ainda que a candidatura Marina Silva é uma falsa alternativa, pois os verdes não criticam o sistema de produção capitalista, que degrada o ser humano e o ambiente: "O capitalismo é irreformável", disse.

Ivan afirmou que o PCB não vai se utilizar do expediente de negar as suas bandeiras em nome de votos: "Defenderemos a não criminalização dos movimentos sociais, a exemplo do MST, a reestatização da Petrobrás 100% brasileira, a distribuição dos lucros do pré-sal para todos os brasileiros (sobretudo das regiões pobres), a solidariedade internacional à resistência de Cuba contra o cerco estadunidense, os direitos e soberania do povo da Palestina e pelo reconhecimento das FARC como força política insurgente e beligerante".
O PCB em Pernambuco mostrou a que veio. A Chapa Vermelho de Luta é um passo a mais na construção de um Partido que luta para criar as bases do poder político e social da classe trabalhadora, na perspectiva de sua Reconstrução Revolucionária. Antônio Alves cursa jornalismo, é educador social e membro da executiva do PCB / PE.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A educação e o processo histórico-crítico



Analisar a educação em sua formação histórica nos remete a várias reflexões, desde sua formação inicial, como forma elaborada de socialização do conhecimento em seus vários matizes, até os processos atuais que na historia da educação se caracterizaram como formas de dominação de técnicas para o aprendizado, que dividiam a humanidade entre os que pensavam e os que faziam, demonstrando o interesse que submetia um bem comum a humanidade, para se tornar um privilégio de poucos agraciados com uma orientação educacional de qualidade.
Começamos com a perspicácia das organizações tribais, que levam em consideração a vontade dos indivíduos em buscarem o conhecimento, pois na filosofia educacional deles, você aprende sempre com a vida, pois é parte do processo de desenvolvimento das pessoas a busca do saber e suas mais variadas formas, como pescar, nadar, plantar, colher. São coisas que você só poderá apreender se tiver disposto a se permitir saber, numa construção permanente que parte do educando.
Porém, como somos seres que vivemos no Ocidente, adotamos outras perspectivas, acreditando que o conhecimento é tido de forma sistematizada, organizada a partir das necessidades que a humanidade desenvolveu em sua historia, com suas experiências e formas de desenvolver e socializar os conhecimentos.
Na nossa formação Ocidental, a primeira experiência de educação sistematizada partiu da Grécia antiga, com os filósofos clássicos, que sistematizaram o conhecimento e criaram o que ficou conhecido como Paidéia, que daria o nome a filosofia da educação, a Pedagogia. Porém, é bom lembrar que essa educação era socializada apenas para os cidadãos gregos, o que se faz lembrar que a cidadania era só atribuída para os homens livres, que viviam na Polis, as mulheres, os escravos e camponeses eram considerados seres inferiores que eram destinados só a trabalhar, pois os gregos da aristocracia desfrutavam do seu ócio produtivo.
Com o advento do domínio cristão e a conjugação de força com a Igreja católica, a educação passava a ser monopolizada pela Igreja em seu dogma de fé, remetendo a seus critérios a socialização do conhecimento, que resultou em um período na idade Média, onde a ciência e as várias formas de conhecimento eram desconsideradas em nome da fé, o que foi batizado como o período de obscurantismo da idade Média.
Depois de superarmos esse processo com o movimento intelectual da Idade Média chamado de Iluminismo, onde despontaram grandes intelectuais e filósofos como Kant, Descartes, Hobbes e etc. Tivemos um desenvolvimento de várias áreas do conhecimento. O que proporcionou um momento de liberdade critica do pensamento, porém, ainda restrito a pequenas ilhas privilegiadas do saber, o que mantinha o conhecimento sistematizado como um privilégio.
No processo histórico de desenvolvimento das práticas educativas, o sociólogo Emile Durkheim entendia a sociedade como um organismo social, e por isso mesmo, a educação tinha um papel fundamental na manutenção e conformação da ordem estabelecida, formando cidadãos que contribuíssem para a harmonia social, sendo um dos fatores preponderantes para o que chamamos de divisão social do trabalho, atendendo a interesses de classes, numa divisão fundamentada entre o desenvolvimento intelectual e o aprendizado de técnicas para o trabalho (Uns seriam educados para serem dirigentes e outros para serem os empregados).

A educação como instrumento de transformação
Uma das criticas mais contumazes sobre as teorias da educação é o papel de conformidade e divisibilidade do ensino, pois como na teoria de Durkheim, o saber deveria ser dividido entre a educação para os que pensam, e outra para os que fazem. O italiano Gramsci discordava dessa analise, e colocava em sua critica que a educação tem que ser integral para o desenvolvimento da humanidade, superando essa tal divisão que se percebia entre as formas que eram utilizadas para os educandos.
Por meio de vários pedagogos comprometidos com o processo formativo critico, várias teorias e ações foram desenvolvidas para superar o paradigma de uma educação voltada para essa divisão e hierarquia do conhecimento, estabelecendo uma nova forma de avaliar e combinar experiências novas e antigas, que fundamentassem o crescimento humano em sua plenitude.
Vários fundamentos e movimentos foram se expressando nesse processo, como o Socio-construtivismo, a Escola-nova, além do apoio que outras disciplinas trouxeram para o desenvolvimento de novos métodos pedagógicos, como a Gestalt e Behaviorismo.
Hoje, a estrutura educacional ainda mantém esse paradigma tradicionalista, que acredita que o ato de educar é preenche um recipiente vazio, realizando só uma transferência direta de conhecimento, ignorando o saber natural do educando e esquecendo-se de observá-lo como ser integral.
Superar a lógica do Capital é necessário para garantirmos uma educação de qualidade para todas as pessoas, tendo como meta a educação integral do ser humano. Pois o desrespeito ao saber do educando, a sua visão de mundo e forma de entender a vida, além de uma postura que fortalece ainda mais a divisão de classe, só pode ser prejudicial para a formação das pessoas como portadora de direitos, que como sabemos, são negados para garantir alguns interesses que não são o do povo

Antonio Alves
Educador Social e Estudante de Jornalismo.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Superar a ideologia do Capital (o PCB apresenta à alternativa)

A situação atual do nosso país é critica. Primeiro pelo processo de conformidade que enfrentamos. Pois a maioria da população acredita, por meio do senso comum, que vivemos um governo de esquerda, e o pior, que as conquistas simples que já foram atingidas são o máximo que conseguiríamos alcançar. Segundo, por estarmos às portas de uma nova eleição presidencial que decidirá, em termos macro, a política social-econômica do país, com a polarização de duas candidaturas que no fundo são irmãos siameses, pois em sua essência, os projetos políticos para o Brasil são os mesmo, acelerar a exploração capitalista no país e diminuir ainda mais os direitos da classe trabalhadora com ações de caráter assistencialista, que camuflam o problema ao invés de resolver. E terceiro e último questionamento se dá pela conjuntura adversa que vive as organizações revolucionárias, que enfrentam uma crise organizacional, pois os ataques da ideologia neoliberal nas últimas décadas causaram crises que resultaram nesse processo que desestabilizou a classe trabalhadora, com ataques constantes das forças reacionárias.
Hoje, o que se apresenta como alternativa digna para superar a ideologia dominante do Capital é a candidatura do PCB. Pois não se prende a imagem personalista dos caciques territoriais, mais sim, em uma proposta de reorganização da sociedade brasileira, levando em conta as necessidades reais da classe trabalhadora contra o Capital. Apresenta uma proposta de democracia direta, conclamando o Poder Popular, trazendo de forma singular o debate sobre a extinção do Senado, por entender que o sistema unicameral poderá ser mais eficiente para o desenvolvimento e execução das demandas da sociedade, para agilizar os encaminhamentos de projetos de lei. Além de propor e defender a reforma agrária e a autonomia dos movimentos sociais e o internacionalismo proletário.
Em um mundo tão complexo, onde o capitalismo já assumiu no Brasil a sua forma monopolista, associada ao grande Capital imperialista internacional, o PCB como organização revolucionária propõe uma revolução socialista, exigindo o respeito que a classe trabalhadora merece, e apontando o caminho que a classe trabalhadora deve seguir para construir uma nova sociedade, onde as mulheres serão mais respeitadas, as crianças terão seus direitos assegurados, a reforma agrária irá ser realizada, onde a jornada de trabalho será reduzida para garantir uma sociedade do pleno emprego (projeto que só os comunistas têm coragem de propor).
É por isso que votarei nos candidatos do PCB, por saber que mesmo em uma conjuntura adversa, existem pessoas que acreditam na transformação e lutam para mudar a sociedade, pois o PCB é a interpretação de Marx nas Teses de Feuerbach, não queremos entender o mundo, pois muitos já entenderam, o que queremos na verdade é mudá-lo.

Antonio Alves – Educador Social e Estudante de Jornalismo

terça-feira, 6 de julho de 2010

Onde está a democracia em Honduras?


Passou-se um ano do golpe de Estado que vitimou Honduras, país da America central, que foi cenário de mais uma ação orquestrada pela CIA e o gabinete de Estado Americano para manter a “ordem” no continente, destituído o então Presidente Constitucional Manuel Zelaya e construindo mais um Frankeinstein da nossa política moderna, o mito da liberdade e democracia na America Latina.
A resistência ao golpe de Estado ainda se mantêm viva, como exemplo de luta de resgate a dignidade que foi usurpada pelos golpistas, que tanto faz para mascarar o que acontece de fato em Honduras.
A Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) se mantém firme, nesse momento ainda em campanha permanente, coletando assinaturas para conseguir a volta do então Presidente Constitucional Manuel Zelaya e a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte, com já 1 milhão e 200 mil assinaturas.
Em entrevista ao jornal Alemão Junge Welt, Zelaya falou da importância da autonomia e que os golpistas têm mais problemas do que antes, pois não só os hondurenhos se conscientizaram sobre os problemas que implica a ambição econômica sobre a democracia, como toda a America Latina também está observando, relata que a administração Obama caiu no mesmo erro de seus antecessores, o de manter uma política de terrorismo de Estado, permitindo que retornasse o velho expediente de golpes militares na região.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Traição contra a classe trabalhadora no campo? Não! O PCdoB já tinha avisado!

Seria um escândalo em outros tempos. Um absurdo, que causaria em épocas mais remotas da historia política da esquerda brasileira, um verdadeiro “racha”. Mais o que aconteceu na verdade, foi à triste metáfora da metamorfose que Kafka relatava em seu livro homônimo, de um jovem que se transforma em uma criatura desprezível, uma barata, deixando de ser o que era e se tornando algo totalmente diferente.
Nesta transcrição que fiz, sou gentil com relação à metáfora, porém, a criatura que quero citar é uma entidade, um Partido político. Que antes era o símbolo da radicalidade revolucionária e hoje é o baluarte da conciliação de classes, em nome de um pseudo projeto nacional-libertador, que junto a burguesia nacional ira combater o imperialismo, se perdendo em um chauvinismo sem precedentes. Sendo elogiados até pela ala mais conservadora do país. O que me faz lembra Mao Tse Tung : “Se o inimigo nos elogiar demais, alguma coisa errada estamos fazendo”.
O Deputado Federal Aldo Rabelo (PCdoB-SP) foi o relator do projeto para o novo Código Florestal Brasileiro, acabou sendo a pedra de toque que a truculenta UDR (União Democrática Ruralista) e a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) presidida pela reacionária Kátia Abreu, Senadora do DEM, que elogiou publicamente a iniciativa do Dep. Aldo Rabelo pela bela redação do texto, que fundamenta teoricamente o que os trogloditas da direita fundamentalista nunca conseguiram fazer em toda sua existência.
O que venho trazer neste texto não é a simples análise do que esse aberrante fato significa em sua ação direta, seus impactos e conseqüências, caso seja aprovado pelo Presidente Lula. Mas o que está acontecendo com o PCdoB, Partido que um dia já foi símbolo de vanguarda armada, que agora segue um projeto nacional-desenvolvimentista, que não tem nada a ver com qualquer pretensão revolucionária.
Os últimos 15 anos, o PCdoB vem se fortalecendo institucionalmente, digo, alcançando cargos políticos pela via eleitoral, gradativamente em algumas esferas, como Vereadores, Dep. Estaduais, Federais e Prefeitos. A cada eleição que avança, os princípios que norteiam um Partido Comunista sério, vão ficando no caminho. Rebaixa-se o discurso e o programa, se segue a linha burguesa de conciliação e aliança, acabando em um filme bastante conhecido: a descaracterização de uma ferramenta que um dia já foi de luta e agora virá um balcão de negociação de empregos!
Esse caminho de ida, quase sem volta, (pois acredito na dialética), foi o escolhido pelo PCdoB, que teima em falar de um socialismo nacionalista que enfraquece antigos aliados estratégicos, para privilegiar a chegada ao poder a qualquer custo.
No seu 12º Congresso em 2009, o PCdoB assumiu a sua nova forma de ação política pragmática, segundo a vice-presidente do Partido, Luciano Santos, ex-prefeita de Olinda, nas palavras da própria, em entrevista ao Diário de Pernambuco, do dia 14/11/2009, ela afirmou: "No programa que nós debatemos neste ano procuramos deixá-lo palatável, factível. Deixamos de ter um programa de afirmação de princípios para ter um programa que se rebate na realidade". E ainda outro comentário sobre a questão do Agronegócio: "Hoje a gente separa. Na política de desenvolvimento agrário, muitos segmentos não são apenas da agricultura familiar, não são pequenos produtores, não são cooperativas. Para nós, os grandes produtores agrícolas também estão dentro do programa de mudança do Brasil".
Sendo assim esclarecido o titulo do texto, não é surpresa, o PCdoB já tinha avisado!