Enviado por luisnassif, seg, 30/05/2011 - 09:35
Coluna Econômica
No ano passado, o setor de TI (Tecnologia da Informação) faturou US$ 81 bilhões no país, equivalente a 4% do PIB e representando o sexto ou sétimo mercado mundial. Não entraram nessa conta o setor de telecomunicações e de datacenter.
Desse total, foram exportados US$ 2,5 bi, enorme avanço perto de exportações zero quatro anos atrás, mas quase nada perto dos US$ 60 bi exportados pela Índia.
Quando Dilma Rousseff foi à China, foi solicitado à Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) um estudo com subsídios para alterar o desenho do comércio bilateral – muito focado em exportações de commodities pelo Brasil e de manufaturas pela China.
Quando Dilma Rousseff foi à China, foi solicitado à Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) um estudo com subsídios para alterar o desenho do comércio bilateral – muito focado em exportações de commodities pelo Brasil e de manufaturas pela China.
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Os números levantados são portentosos. O mercado brasileiro já é enorme, cresce a 12% ao ano, emprega 1,2 milhão de profissionais com salário médio 2,5 vezes a média nacional.
Nos próximos dois anos, Brasil será quinta economia do mundo, metade do PIB mundial será dos BRICs, tem uma demografia favorável, em comparação com Estados Unidos, Japão e Europa – com População Economicamente Ativa declinante.
Apenas devido ao bônus demográfico, os emergentes jogarão 300 milhões de consumidores no mercado, demandando serviços de TI em saúde, educação, sistema bancário, áreas onde o Brasil é competitivo.
Para 2020, estima-se um mercado global de TI na casa dos US$ 3 trilhões, dos quais US$ 900 bi serão dessas tecnologias nas quais o Brasil é candidato natural.
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A partir daí, aparecem os entraves a serem trabalhados.
Custo de mão de obra. Devido aos encargos trabalhistas, é a mais cara do mundo. Foi proposto para o Ministro da Fazenda Guido Mantega e para o Secretário Executivo Nelson Barbosa trocar os 20% do INSS por um percentual entre 2,7% a 3,2% do faturamento. Essa troca evitará perdas de arrecadação, mesmo sem contar o chamado bônus da formalização: os funcionários que hoje trabalham em regime de Pessoa Jurídica.
Formação de mão de obra. Até 2020, só para atendimento de desenvolvimento de software, hardware e serviços, o setor necessitará de 770 mil trabalhadores a mais. Hoje em dia, à falta de técnicos de informática, o setor tem contratado pessoas com maior especialização (e maior salário) para serviços menores. Além disso, há um enorme conjunto de buracos, de especializações não atendidas pela oferta de mão de obra. No caso de engenheiros de software, por exemplo, praticamente toda a mão de obra formada é contratada pela Petrobras, Embraer e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Segundo Gil, a grande saída será o Pronatec (Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica). Se funcionar conforme o planejado, diz Gil, permitirá formar pelo menos 400 mil alunos/ano para o setor. Outro avanço é a ampliação para 75 mil bolsas de nível superior para cursar no exterior.
Infraestrutura de TI. Brasscom contratou um estudo da A.T.Kearney que estimou que para a Copa e as Olimpíadas serão transmitidas 36 bilhões e imagens. Não há infra para tanto.
Em 2020, o mercado interno brasileiro será de US$ 200 bi. As exportações poderão chegar a US$ 20 bi. Mas, antes, há esses desafios a serem enfrentados.
Muito este post, Antonio. Realmente o Brasil está em uma ótima fase de crescimento neste setor, e as expectativas devem ser as melhores. Porém, como você comentou, antes de tudo há desafios que devem ser enfrentados.
ResponderExcluirUm Abraço,
Danilo Radke