sexta-feira, 15 de abril de 2011

MST dá início a jornada de lutas em Pernambuco




    Cerca de 80 famílias do MST ocuparam a fazenda Santa Rita, no município de São Bento do Una, agreste pernambucano, na manhã desta quinta-feira.

A ocupação dá início às ações da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária no Estado de Pernambuco.
 De acordo com o Incra de Pernambuco, 57% dos latifúndios cadastrados no órgão são improdutivos, o que dá um total de 411.657 hectares de terras improdutivas no estado.
Essa área é suficiente para assentar as 23.000 famílias que vivem hoje acampadas em todo o Estado.
Isso sem contar as áreas devedoras da União e que desrespeitam a legislação trabalhista e ambiental, e que são, portanto, passíveis de desapropriação para Reforma Agrária, segundo a Constituição Federal.
Apesar disso, das 15.000 famílias do MST que vivem em acampamentos, muitas estão acampadas há mais de cinco anos, vivendo em situação bastante difícil à beira de estradas e em áreas ocupadas, que são vítimas da violência do latifúndio e do agronegócio.
A Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária acontece em todo o Brasil e seguirá até o final desse mês.
O MST exige o assentamento das 100 mil famílias acampadas até o final deste ano; que o governo apresente um plano de metas de assentamentos em áreas desapropriadas até 2014; um programa de desenvolvimento dos assentamentos, com investimentos públicos, crédito agrícola, habitação rural, educação e saúde.
Além disso, medidas para garantir educação nos assentamentos, com a construção de escolas nos assentamentos, um programa de combate ao analfabetismo e políticas para a formação de professores no meio rural.
Os trabalhadores rurais Sem Terra de Pernambuco exigem que a superintendencia do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria (Incra) do estado cumpra com a função pelo qual ele foi criado.
Segundo o estatuto regimental do Incra, sua primeira finalidade é “promover e executar a Reforma Agrária visando a melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social”.
Com as ocupações de terra, trabalhadores rurais esperam pressionar para que o Instituto cumpra a finalidade pela qual existe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário