A Marcha Nacional da Campanha em Defesa dos Direitos do Povo Quilombola levou hoje (7) a Brasília cerca de 2 mil quilombolas. A atividade reivindica terra, acesso às politicas públicas, respeito à cultura e à religiosidade.
A jornada de luta contou com a participação em uma audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH). Núbia Souza, quilombola da Comunidade do Abacate da Pedreira, do Amapá, conta que mais de 800 remanescentes de escravos ocuparam a reunião. Ela diz que houve um princípio de tumulto, mas que a audiência não foi cancelada e os quilombolas conseguiram levar reivindicações. Eles defenderam o decreto 4887, de 2003, que regulamenta a demarcação e titulação das terras ocupadas por quilombos. Segundo Núbia, este decreto se encontra ameaçado por uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), movida pelo partido Democratas (DEM).
Núbia denuncia a violência no campo contra quilombolas e a falta de acesso à educação. Ela avalia que o Estado brasileiro caminha a “passos lentos” na questão fundiária, já que em jogo estão os “interesses financeiros de empresas e latifundiários”.
A quilombola ressalta a importância do protesto, afirmando que os quilombos do Brasil sofrem com uma sociedade preconceituosa e desigual. Segundo Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), existem cerca de 3 mil comunidades quilombolas resistentes espalhadas pelo país.
Além da audiência pública no Senado, os manifestantes realizam um ato público em frente à Praça dos Três Poderes para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) por direitos, além de promoverem intervenções culturais na capital brasileira. (pulsar)
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