Categoria reivindica, entre outros pontos, reajuste nos pagamentos e garantia de autonomia profissional
20/09/2011
Patrícia Benvenuti
Da redação
Médicos de todo o país farão, nesta quarta-feira (21), uma paralisação nos atendimentos a pacientes de planos de saúde para cobrar reajuste nos pagamentos e mais autonomia profissional.
Durante 24 horas, será suspenso o atendimento conveniado em consultórios, ambulatórios e hospitais em todos os estados (com exceção do Rio Grande do Norte e Roraima), além do Distrito Federal. Não será paralisado o atendimento de casos de urgência e emergência.
Os médicos já haviam feito uma paralisação nacional em 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, quando apresentaram suas demandas. Desde então, como explica o presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes, as negociações pouco avançaram. "Nós chamamos [as operadoras] para negociação, mas não deram a menor resposta, nenhuma satisfação", explica.
A paralisação desta quarta-feira tem como alvo os planos que não apresentaram respostas satisfatórias ou que se recusaram a conversar com a categoria. Em São Paulo, os médicos estiveram paralisados desde o início de setembro, em um sistema de rodízio por especialidades, como forma de pressionar os planos.
Reivindicações
Os médicos defendem que o valor médio da consulta passe dos atuais R$ 30 para R$ 60. Em São Paulo, segundo Carvalhaes, onde o valor considerado ideal é de R$ 80, há profissionais que recebem apenas 22 reais por atendimento. Segundo o presidente da Fenam, a desafasagem nos honorários pagos à categoria é superior a dez anos.
Em uma carta divulgada nesta terça-feira (20), os médicos lembram que "nos últimos 12 anos, os índices de inflação acumulados chegaram a 120%. Por outro lado, os reajustes dos planos somaram 150%, enquanto os honorários médicos não atingiram reajustes de 50% no período".
Os trabalhadores também pedem que haja normas e regras para a contratação e dispensa de médicos, previsão de reajustes anuais e o estabelecimento de critérios de negociação coletiva com as entidades regionais, de acordo com as circunstâncias de cada localidade.
Outra reivindicação é a garantia de autonomia profissional. Segundo os médicos, a interferência dos planos dificulta o atendimento aos pacientes que, por consequência, são os mais prejudicados. Entre as reclamações estão a recusa, por parte das operadoras, de realizar procedimentos ou medidas terapêuticas, limitação do número de exames e interferência no tempo de internação (como determinação de alta hospitalar antes da hora).
Cerca de 160 mil médicos atuam na saúde suplementar, atendem usuários de planos e de seguros de saúde.
Veja, a seguir, a lista de planos que terão atendimento paralisado nos estados nesta quarta-feira (21)
Acre
Assefaz, Caixa Econômica, Capesesp, Casf, Cassi, Conab, Correios, Eletronorte, Embrapa, Fassincra, Geap, Plan Assiste, Sesi/DR/AC, Unimed
Alagoas
Amil, Hapvida, Smile, Unimed
Amapá
Amil, Assefaz, Caixa Econômica, Capesaúde, Cassi, Correios, Eletronorte, Embrapa,
Embratel, Fassincra, Geap, Plan Assiste, SulAmérica
Amazonas
Não haverá paralisação
Bahia
Amil, Cassi, Geap, Golden Cross, Hapvida, Life Empresarial, Medial, Norclínicas/Intermédica, Petrobrás, Promédica
Ceará
Todas as operadoras
Distrito Federal
Amil, Bradesco, Golden Cross e SulAmérica
Espírito Santo
Todas as operadoras
Goiás
Geap, Golden Cross, Imas, Itaú, Mediservice, SulAmérica
Maranhão
Todas as operadoras
Mato Grosso
Todas as operadoras
Mato Grosso do Sul
Todas as operadoras
Minas Gerais
Todas as operadoras
Pará
Cassi, Ipamb, Iasep, Geap, Grupo Lider, Hapvida, Hospitais Militares (Policia Militar, Naval e Exército)
Paraíba
Geap, Amil, Smile, HapVida, Saúde Excelsior, Sulamérica
Paraná
Todas as operadoras
Pernambuco
América Saúde, Golden Cross, Hapvida/Santa Clara, Ideal Saúde, Real Saúde, Samaritano Viva
Piauí
CapeSaúde, Cassi, Correio Saúde, Geap,Saúde Caixa, Uniplam
Rio de Janeiro
Todas as operadoras
Rio Grande do Sul
Afivesc, Assefaz, Bacen, Bradesco, Cabergs, Caixa, Canoasprev/Fassem, Capesesp, Casembra, Casf, Cassi, Centro Clínico Gaúcho, Conab, Doctor Clin, ECT, Eletrosul/Elos, Embratel, Fassincra, Geap, Golden Cross , Infraero, IRB, Petrobras, Petrobras Distribuidora, Plan Assiste, Proasa, Pró-Salute, Sameisa, Serpro, Sesef, SulAmérica , Unafisco, Usiminas, Wal-Mart
Rondônia
Ameron, Bradesco, SulAmérica, Unimed,
Santa Catarina
Todas as operadoras, com exceção das seguintes:
Assefaz, Capesesp, Cassi, Celos, Conab, Cooperativas Médicas, Correios Saúde,
Eletrosul, Elos Saúde, Embratel, Fassincra, Funservir, Saúde Caixa
São Paulo
Ameplan, Blue Life, Dix Amico, Geap, Golden Cross, Green Line, Intermédica, Medial, Notre Dame, Prosaúde, Volkswagen
Sergipe
Todas as operadoras, com exceção das seguintes:
Assec/Cehop, Assefaz, Cagipe, Camed, Capesesp, Casec, Casembrapa, Casse, Cassi, Cassind, ECT, Embratel, Fachesf, Fassincra, Pasa, Petrobras Distribuidora, Petrobras, Plan Assiste, Proasa, Saúde Caixa, Sesef
Tocantins
Todas as operadoras
Fonte: Conselho Federal de Medicina (CFM)
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